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quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Desenvolvimento da criança

Crianças de 4 e 5 anos

Nessa fase as crianças já adquiriram o domínio da linguagem falada. Partem agora para duas conquistas fundamentais. Em primeiro lugar, a libertação do pensamento, que deixa de operar apenas sobre objetos concretos, que se encontram debaixo de suas vistas e ao alcance de suas mãos. Agora já dão conta de pensar e interrogar-se sobre as coisas sem que necessariamente essas estejam presentes, ou seja, em termos das suas imagens mentais. Seus desenhos já possuem formas definidas e por meio deles procuram retratar de memória aquilo que já conhecem: carros, aviões, animais, pessoas, bruxas, fadas… Em segundo lugar, uma vez dominada a fala, procuram agora decifrar a escrita e a leitura, imitando os gestos e os traços dos adultos, em simulações daquilo que observam. Querem contar, quantificar. Perguntam sobre o significado dos números e sons das letras. Observam e esquadrinham o próprio nome, o nome dos colegas, identificando semelhanças e diferenças. Bem incentivadas, as crianças, nessa fase, podem descobrir o código da leitura e surpreender os adultos, quando demonstram que já sabem ler. Nas conversas, tomam a palavra e querem argumentar em favor das suas opiniões. No entanto, ainda centradas em si mesmas, carecem de flexibilidade, o que faz com que os diálogos mais se pareçam com monólogos coletivos. Essa dureza de pensamento faz com que as crianças, muitas vezes, não consigam entender os argumentos adultos e nem se fazer entendidas. Presas ao que conseguem perceber de uma questão, elas sofrem quando são obrigadas a ceder, muitas vezes demovidas de suas posições pelo respeito ao adulto que as repreende. Do ponto de vista social, organizam-se em subgrupos, muitas vezes liderados por um “chefe”, ao qual os demais devem se submeter. São muito curiosas e apresentam uma enorme vontade de saber sobre tudo que ouvem e vêm. Não gostam de ser deixadas de lado em suas interrogações e necessitam de boas respostas para suas perguntas. Indagam-se sobre a origem e o porque das coisas que a interessam e estabelecem analogias com o que já conhecem. Muitas vezes passam por “mentirosas” para os adultos, na medida em que tentam preencher as lacunas em seu conhecimento com produtos de sua imaginação. A escola deve saber canalizar o espírito investigativo que caracteriza essa fase, possibilitando à criança um contato rico com o mundo dos fenômenos e objetos da natureza e da cultura, incentivando-a a observar e construir explicações que lhe pareçam plausíveis e verossímeis. Sobretudo, por meio do estímulo ao saber, ao pensar, ao diálogo, ao ouvido atento para o que os colegas dizem, a escola contribui muito para que as crianças ultrapassem essa fase, de relativo “sofrimento psicológico”, para a seguinte, mais estável e confortável. Assim como na fase anterior, o foco continua no brincar, pois enquanto brinca a criança amplia sua capacidade corporal, sua consciência do outro, a percepção de si mesma como um ser social, a percepção do espaço que a cerca e de como pode explorá-lo. É brincando que a criança adquire hábitos e atitudes importantes para o seu convívio social e para seu crescimento intelectual.

Adaptação

O vínculo da criança com a professora e os amiguinhos pode ser lento, é preciso paciência, tranqüilidade e, às vezes, deixar a nossa insegurança de lado para poder transmitir segurança para os pequeninos. O adulto é quem ensina a criança a distinguir o que é certo, do que não é.
No caso dos pequeninos, com quem a conversa não será eficaz, é preciso muita calma, paciência e tranquilidade.
Como é difícil para todos nós lidarmos com a insegurança e o medo do novo! Imagine para uma criança que nunca saiu de casa sem os pais, que sempre esteve em companhia da família e, de repente, vê-se em um ambiente estranho, cheio de crianças que ela nunca viu e de “umas moças” diferentes.

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